Diretor Clínico do Hospital São José vai à Câmara Municipal e presta diversos esclarecimentos sobre a prestação de serviços da instituição à comunidade

Diretor Clínico do Hospital São José vai à Câmara Municipal e presta diversos esclarecimentos sobre a prestação de serviços da instituição à comunidade
Na reunião ordinária da Câmara Municipal, no dia 18 de junho, das 18h00 às 21h30, o médico e diretor clínico do Hospital São José da Sociedade de São Vicente de Paulo, Dr. Rodrigo Otávio Braga, prestou informações relevantes sobre a prestação de serviços da instituição à comunidade, esclareceu dúvidas e respondeu a questionamentos feitos pelos vereadores. A oportunidade surgiu após convite feito pelo vereador André Vilela.
Após ser convidado para sentar-se junto à Mesa Diretora da Câmara Municipal, pelo presidente do Legislativo tijucano, vereador Odeemes Braz, o diretor clínico do HSJ, Dr. Rodrigo Braga, abriu sua explanação agradecendo a todos os vereadores e ao povo de Ituiutaba, afirmando que ficou surpreso em rever a grande quantidade de pessoas amigas nesta Casa de Leis e que é grato pelo convite. Em linhas gerais, remontou a história do HSJ e foi direto a um questionamento que é muito comum e geralmente intriga a população: o problema das cirurgias eletivas. “Isso é tão sério que, a Universidade Federal de Viçosa, uma das mais bem-conceituadas do País, tem uma tese de um mestrado falando sobre cirurgia eletiva”, referenciou. O diretor clínico do HSJ explicou que, na verdade, a cirurgia eletiva tem um impacto social muito mais importante que as pessoas imaginam, porque na maioria das vezes são pessoas que deixam de exercer seu trabalho ou atividades, por estarem limitados por cirurgias que são extremamente simples. Definiu, a todos os presentes, o que é urgência, emergência e cirurgias eletivas: “A cirurgia de emergência deve ser realizada quando há risco iminente de morte, em até seis horas. Nesse patamar, se enquadram os traumas, os acidentes, de arma branca, arma de fogo, que infelizmente são extremamente comuns, em nossa cidade. E no dia-a-dia, quando são resolvidas, praticamente ninguém fica sabendo”. As cirurgias de urgência, continuou, são aquelas que habitualmente devem ser resolvidas em até 24 horas, ou seja, são pacientes que os médicos podem atender, medicar e solicitar um exame. E as cirurgias eletivas, conceitualmente podem aguardar até um ano, para serem resolvidas. E esse, é um problema grave, “porque eventualmente o que para um médico, para a Organização Mundial de Saúde, é eletivo, o indivíduo que está sentindo dor, que não consegue trabalhar, ser registrado numa empresa, isso vira uma cirurgia de urgência, porque se torna uma necessidade premente para que ele possa resolver”. Em Belo Horizonte, por exemplo, existe um grande número de cirurgias eletivas para se resolver.
Lista “Fake” (falsa)
O Dr. Rodrigo Braga informou que soube que em Ituiutaba poderia haver uma lista com cerca de 1300 pessoas aguardando para fazer cirurgias eletivas. E considerou: “Isso é uma lista ‘fake’ (falsa), não é uma lista real. Afirmo isso, porque ninguém tem controle absoluto dessa lista. Algumas pessoas querem ser donos da lista, para tirar algum proveito. Da lista que me foi passada, eu tive a oportunidade de ligar, por amostragem, para algumas pessoas: umas já foram operadas, outras já faleceram. Então, esse é um número que precisa ser apurado com seriedade e precisa de ser levantado, para gente ver a necessidade real”.
UTI Neonatal
O diretor clínico do HSJ abordou um tema delicado, que é a UTI Neonatal, afirmando que todos desejam implantá-la em Ituiutaba. Mas, infelizmente, salientou, “num País pobre como o nosso, temos que respeitar a prioridade e o protocolo. Não posso simplesmente criar uma UTI Neonatal, e a mesma se mostrar inviável, inútil”. E exemplificou: a Associação de Medicina Brasileira, tem um protocolo específico para a UTI Neonatal e afirma que caberia UTI Neonatal de dez leitos, às comunidades ou as regiões, micros ou macros, onde houver 4.000 (quatro mil) partos por ano, ou onde para cada leito, tiver 80 crianças com peso abaixo de 2.500 gramas. E, na região de Ituiutaba, não há a metade desse critério. O Hospital São José, por exemplo, no ano de 2016 fez 1 038 (mil e trinta e oito) partos, sendo 279 partos normais e 759 cesárias. Estamos fazendo um trabalho intensivo, para que possamos reverter essa estatística. Então, quase todos os partos das cidades da região, vêm para o Hospital São José. Estão fora dessa estatística, os partos realizados no Hospital São Joaquim e no Hospital Nossa Senhora da Abadia que, seguramente, não dão mais que vinte partos por mês. A conclusão é, infelizmente, Ituiutaba não preenche os critérios para ter uma UTI Neonatal. E, além disso, há um fator agravante: os custos. Para se ter uma UTI Neonatal, é preciso ter um médico coordenador, com especialidade, uma enfermeira coordenadora, sessenta plantões de doze horas, por mês; uma enfermeira para cada cinco leitos de UTI, ou seja, oito plantões de enfermagem; uma técnica de enfermagem para cada dois leitos, ou seja, vinte técnicas. Só de honorários, sem medicação e equipamentos, a despesa básica será em torno de R$ 150 mil por mês.
Demora na Transferência de Pacientes, Neonatal em hospital particular, falsas acusações e custo de internações
O autor do convite, vereador André Vilela, fez diversas perguntas. E com clareza, o diretor clínico respondeu: sobre hospitais particulares instalarem UTI Neonatal, é possível desde que cumpram com as normas da vigilância sanitária. E existe uma modalidade que está sendo estudada, no Ministério da Saúde, que é de se criar UTI’s Neonatais híbridas, ou seja, uma tentativa de reduzir custos. Ao invés de se ter uma UTI Neonatal, fechada, os hospitais poderiam ter uma UTI para adultos, com leitos disponíveis para a Neonatal. Porém, não está aprovado e é cópia de projetos que já existem, fora do País.
Em relação às liminares e o porquê da demora para transferir pacientes a outros centros, fora de Ituiutaba, Dr. Rodrigo lembrou que o autor do convite chegou ao ponto fundamental: “não vai liminar para o hospital. A liminar, vai é para o Poder Público. Isso é uma tentativa de distorcer a informação. Eu penso que a informação correta, tem valor; as incorretas, a gente tem que jogar no lixo”, ponderou. “Uma tentativa de distorcer, no meu entendimento, com objetivos escusos e que não vejo por quê. A responsabilidade do Hospital São José, em relação a transferência dos pacientes, é um mecanismo do Governo do Estado, o SUS Fácil. Quando temos um paciente internado e que precisa de transferência, ele é colocado nesse sistema. A nossa obrigação, é colocar no SUS Fácil. Porém, não conseguimos impor de ninguém, liberar a vaga”. Exemplificou contando o caso de uma paciente que fez uma cirurgia no ano de 2014, em São Sebastião do Paraíso, e que precisou de uma troca de válvula cardíaca, aguardou por dois anos e não conseguiu. Ficou internada no HSJ e uma liminar determinou a transferência da referida paciente ao Poder Público. “Eu liguei, pessoalmente, em cinco unidades de cirurgia cardíaca. E não consegui que ninguém desse a vaga. A resposta que ouvi foi a seguinte: ‘que havia cinco ou seis pacientes na fila deles, esperando por cirurgia, e que não haveria como. ’ Essa paciente, infelizmente, foi a óbito. Ela ficou mais de quarenta dias internada em nossa UTI, e foi falado que nós não atendemos a liminar. Isso é uma mentira. Quem atende liminar, não somos nós. Colocamos a paciente no SUS Fácil e, foi dado a ela, tudo o que poderia ser feito. E, inclusive, a filha dela, felizmente, chegou a declarar isso e agradecer. ”
Sobre o custo médio das internações, detalhou o diretor do HSJ, é preciso pensar que o HSJ é uma unidade multidisciplinar. É preciso ter um serviço de limpeza de excelente qualidade, uma esterilização de qualidade excepcional, uma lavanderia profissional. Tem que se pensar em oxigênio, energia e água, tudo. Então, o custo médio de uma internação é em torno de R$ 3 mil.
O vereador André Vilela comentou sobre uma fotografia que supostamente atribuía falhas na limpeza do hospital. E o convidado, gentilmente respondeu: “Eu acho que é uma piada. Porque uma das coisas que a gente tem mais empenho, no HSJ, é por isso. Nossa chefe de limpeza não admite. E a gente não deve nem considerar, isso. Não vou falar, porque não vi. Mas, tem gente lá de dentro que afirma que foi ‘plantado’”. (Sic)
O vereador André Vilela ainda sugeriu que o HSJ faça um trabalho de divulgação, informando aos leitores sobre os recursos que o hospital recebe. “Nós sabemos, porque passa por essa Casa, que o IAC, Pro-Hosp, Pro-Urg, obrigatoriamente passa pela Prefeitura. Mas, acho que o Governo deveria passar diretamente ao hospital”. André observou que é preciso informar o cidadão o que é cada um desses benefícios, diferenciando do que é recurso obtido com doações do cidadão. O diretor clínico do HSJ, Dr. Rodrigo Braga, considerou que se não fosse o grupo de voluntários (Comissão de Voluntários) que trabalha no HSJ, hoje, a instituição estaria numa situação muito difícil. E que o que está sendo construído, dentro do hospital, é com verba do grupo de voluntários. E o dinheiro deles, não é aberto para outra finalidade. “São extremamente sérios e trabalhadores. Agora, o dinheiro deles é para melhoria do hospital. A construção que todos estão vendo é dinheiro de campanha, da SAE, dos Leilões, Grupo Décio – que muito ajudou no término do Centro de Esterilização, Posto Tigre”.
Respondendo ao vereador Carlos Maia, Dr. Rodrigo Braga informou que o HSJ ainda não tem condições de atender pacientes que precisam de marca-passo, porque é atributo da alta complexidade. Um marca-passo novo, custa em torno de R$ 15 mil; e um CDI, alcança até R$ 54 mil.
O Dr. Rodrigo Braga esclareceu, ainda, que a maioria dos extrapolamentos ou excedentes de internações no HSJ não são de cidades da região e, sim, do Município de Ituiutaba. E acrescentou que o município de Capinópolis e também de Cachoeira Dourada, têm em sua dotação orçamentária, desde o período do prefeito Dr. José Neto Santana, uma contribuição para o HSJ. “É pequena, mas basta multiplicar os anos para vermos o benefício. ”
A vereadora Cleidislene, que é assistente social, elogiou o HSJ e disse que recentemente visitou a instituição, quando o diretor administrativo Cleuson de Oliveira já havia explicado a ela e outros colegas do Legislativo, sobre vários procedimentos. “Nunca saí de lá, sem resposta. O HSJ tem sido duramente criticado, atacado em redes sociais, e tem um trabalho grandioso. Tentam distorcer todo um trabalho e a gente sabe que a saúde é um gargalo, mas sei que vocês lutam muito pra isso”.
O vereador Francisco (Chiquinho), parabenizou o trabalho dos voluntários e reforçou que o HSJ faça mais divulgação das verbas recebidas. Além disso, pediu uma lista dos deputados que realmente viabilizaram recursos ao HSJ, nos últimos anos. E reconheceu que realmente Ituiutaba não comporta, ainda, uma UTI Neonatal, bem como um aeroporto regional, comparativamente.
A vereadora Gabriela Ceschim, usou a palavra e indagou sobre o valor que o município gasta com a transferência de recém-nascidos. O diretor clínico do HSJ indicou que a vereadora obtenha tal informação, junto ao sr. Secretário Municipal de Saúde, pois quando há liminar para transferência, as mesmas chegam diretamente ao Poder Público. E que a média de partos, tem se mantido. Inclusive, na percentagem de 48% do sexo masculino e 52% do sexo feminino. E que, durante o ano, são poucas as transferências de recém-nascidos para cidades que têm UTI Neonatal. Gabriela ressaltou a todos que o grande problema, hoje em Ituiutaba, infelizmente é a falta de informação e transparência. E que pessoas com interesses eleitoreiros, tratam da desgraça alheia e usam de pessoas em desespero para manobrar a opinião pública. “Acho isso, uma covardia. Precisamos ajudar a acabar com essa demagogia, que existe em Ituiutaba. Porque hoje, dizer ‘não’ a uma UTI Neonatal, não dá voto. Eu também quero uma UTI Neonatal, mas com responsabilidade. Para que os recursos venham para atender essa demanda e outros setores não sejam prejudicados”. E perguntou sobre a prioridade para atender a saúde pública no município: uma UTI Neonatal ou o fomento para a alta complexidade. Dr. Rodrigo agradeceu pela pergunta, afirmando que desde o início gostaria de recebê-la. “Não tenho a menor dúvida de que, hoje, a alta complexidade é uma missão e um desejo nosso. Se eu tivesse que fazer uma única opção, em termos de melhoria, eu diria que é a alta complexidade e a neurologia. Porque a incidência é, no mínimo, vinte vezes maior. E a duras penas, estamos nos preparando. Nosso centro cirúrgico é lindo, mas temos que pôr para funcionar. E tem equipes de cirurgia cardíaca, querendo vir pra cá. Em número um, a neurocirurgia; e em segundo, a cirurgia cardíaca. E contamos com vocês. Os cães ladram, e a caravana passa”. (aplausos)
O vereador Gilson Humberto, na Mesa, cumprimentou a todos os diretores, funcionários do HSJ da SSVP e o Dr. Rodrigo Braga. Quis saber se o HSJ conta com cardiologistas disponíveis e se haveria possibilidade de a instituição ter uma UTI Neonatal Móvel. O diretor clínico do HSJ explicou que na maioria dos casos de cirurgias eletivas, por exemplo, não é necessária a presença de um cardiologista e, até porque, os anestesiologistas hoje são extremamente habilitados a atender quaisquer intercorrências, inclusive nesse sentido. “Mas, o HSJ tem sim. Temos um intensivista, que é o Dr. Rodrigo Ferreira, o cardiologista Dr. Antônio Ronaldo, o Dr. Rafael e o Dr. Hélio, que trabalha na hemodinâmica”, esclareceu. Quanto a UTI Móvel, é extremamente útil e já houve proposta nesse sentido. “Agora, é muito difícil você deixar uma unidade estacionada aqui, para fazer um transporte, a cada um, dois meses. Essa seria uma solução boa, sim. A Prefeitura, ou seja quem for que fizesse um convênio e deixasse a unidade aqui, mas também teria que ter os profissionais nela, para ter o serviço completo e não apenas os equipamentos. ”
O vereador Júnior da JR, usou a palavra e justificou ter um carinho enorme pelo Dr. Rodrigo Braga e todos os voluntários e diretores do HSJ. Perguntou sobre os equipamentos de alta complexidade do HSJ. “Pelo amor de Deus, faz isso: ajude a gente! Nosso centro cirúrgico, hoje, está semi-pronto. Só não começamos a funcioná-lo porque, infelizmente, nossa maternidade que não está pronta, ficou parada por causa de um problema com a construtora que não cumpriu com a parte dela, na licitação.” O Dr. Rodrigo continuou: sobre a reforma do HSJ, está parada em virtude de ser necessário realizar outra licitação. Mas, a construção do novo bloco cirúrgico, está a todo vapor e a cargo da Comissão de Voluntários, em sintonia com a Diretoria do HSJ.
O vereador Jorge Carteiro, elogiou a Comissão de Voluntários, destacando a pioneira Nilva Helena Pereira, sugerindo criar mídia gratuita no Facebook. E perguntou se os repasses feitos pela Prefeitura são compatíveis com os valores que o SUS paga. “Não. Absolutamente, incompatíveis. Hoje, noventa por cento das santas casas, em torno de 2 100 unidades, estão com dificuldades financeiras. E o governo se esquece que 90% dos atendimentos do SUS, são feitos por essas unidades. E o que essas unidades recebem, de repasse da instituição pública e do SUS, cobrem apenas 40% do custo. Se você considerar que Ituiutaba tem cem mil habitantes, pelo menos 85 mil pessoas dependem exclusivamente do SUS. E as santas casas, as instituições filantrópicas, estão fechando”. Ainda esclarecendo dúvidas do vereador Jorge Carteiro, o Diretor Clínico do HSJ informou que para terminar o novo bloco cirúrgico do HSJ, seriam necessários recursos em torno de R$ 2 milhões. “A previsão nossa é que tenhamos seis salas de cirurgias, mas com todos os equipamentos necessários. ”
O vereador José Barreto, cumprimentou a todos em nome do presidente da Comissão de Voluntários do HSJ, Valmir de Oliveira Teixeira. Afirmou ser admirador número um do HSJ e defensor da instituição. “Vocês são fantásticos”, disse. “Nos meus 44 anos de vida pública, eu esqueci de fazer um plano de saúde. Sabe por que? Porque eu sempre confiei no meu hospital”. Perguntou se existe um protocolo de quando um paciente necessita de transferência, e se a família pode ter acesso aos registros. O diretor clínico, Dr. Rodrigo Braga, foi enfático: “Quando é preciso transferir um paciente, você entra no sistema e é preciso validar a situação do paciente, diariamente. Temos que informar como está o estado de saúde do paciente, se evoluiu ou não. Se esses registros não forem inseridos, o paciente ‘cai’, sai do sistema. Temos todos os registros e que podem inclusive ser impressos e entregues à família”, ressaltou. Dr. Rodrigo Braga chegou a dizer que muitas vezes liga para os reguladores, no intuito de tentar conseguir uma vaga mais rapidamente. “Mas, mesmo ligando para ele, eu tenho que dar entrada no sistema do SUS Fácil e fazer todos os relatos”. Barreto indagou se quando um vereador pede ao hospital, a transferência de um determinado paciente, se existe influência. “Por mais que tenhamos acesso pessoal, o médico não vai fazer algo diferente. Se dizer que sim, não é a verdade. O que eu posso fazer, é dizer que o vereador ou determinada autoridade ligou, está preocupado e também está pedindo a transferência”, colocou Dr. Rodrigo Braga.
O vereador Joseph Tannous, após elogiar as equipes e o convidado da noite, falou sobre arruaceiros que sempre querem se promover em cima da desgraça alheia. “Esses, são os abutres, tentando denegrir a imagem de quem está trabalhando, denegrir a imagem de uma instituição séria. E eles, o que fazem? Quais foram as realizações deles? ‘Os cães ladram, e a caravana passa’. Esse é um dos provérbios árabes mais antigos que ouço, desde criança. Eu queria saber qual é o serviço que esse pessoal tem prestado, a essa cidade?!”. Tannous afirmou que fez esse desabafo, em respeito ao trabalho do HSJ, e condenando gente que tenta denegrir a imagem de quem trabalho. “E volto a repetir: qual é o processo construtivo que eles têm, na vida? Veja a história de cada um, deles. Caráter, se faz no berço. E quem não teve berço, vira essas bestas, que tem por aí”.
O presidente da Câmara, Odeemes Braz, informou a todos os internautas que viram a transmissão, ao vivo, que o HSJ possui uma página no Facebook e um site, que é o www.hospitalsaojose.org.br .
Em seguida, o vereador Marco Túlio agradeceu pelos dados passados pelo diretor clínico do HSJ, como bastante esclarecedores. E reiterou que 85% da população regional depende dos serviços do SUS, através do Hospital São José. “Vocês fazem a prestação de contas com uma rigidez, que nos deixa tranquilo”, disse. Marco Túlio recordou que em 2012, durante o Fórum Ituiutaba Século XXI, um dos cinco eixos de discussão foi a Saúde. E o HSJ teve a oportunidade de apresentar seu trabalho estratégico. “Foi um fator decisivo e, desde então, venho acompanhando a evolução. E a gente percebe que o hospital está seguindo esse plano, com os cuidados paliativos, para diminuir o sofrimento dos pacientes. E a cada semestre, percebemos que o hospital chega mais perto do seu objetivo”. O vereador ressaltou que todos os edis têm esse papel, de investigação, fiscalização, e que há de se ter muito cuidado, porque uma palavra mal falada ou interpretada contra o Hospital São José, estariam fazendo um mal terrível para a cidade e a região. “E todas as vezes que vocês foram instados a prestar depoimentos, vocês prontamente estiveram aqui, sem um vacilo qualquer. E o importante, é que vocês praticam a transparência, e não se furtam de prestar quaisquer esclarecimentos”.
Respondendo sobre cuidados paliativos, o diretor clínico do HSJ, Dr. Rodrigo Braga, salientou a filosofia do cuidado paliativo: que não é dar mais vida às pessoas, mas é dar mais vida ao tempo que as pessoas vão ter. “Tenho uma frase que diz o seguinte: a pior coisa que existe num doente grave, é um médico pessimista. Eu penso que mesmo que você ache que não pode fazer nada, certamente você tem muita coisa a fazer pelo doente. A minha vivência médica é exatamente essa. A gente sempre tem alguma coisa: se a gente puder curar, que cure; se você puder aliviar, que alivie; e se você não puder aliviar, dê conforto. ”
O presidente da Câmara Municipal, vereador Odeemes Braz, fez uso da palavra e expressou que está muito feliz com as respostas do Hospital São José, que jamais se negou a dar respostas sobre os procedimentos. “E, pelos dados que o HSJ nos enviou, acho que temos que esquecer a questão de UTI Neonatal, pois Ituiutaba não tem condições de instalar essa UTI aqui, atualmente. ” E reiterou que falta a divulgação, por parte do HSJ, sobre para onde vai o dinheiro da comunidade que faz as doações, se é para a etapa de construção ou para a reforma da instituição. Odeemes indagou se boatos de que o HSJ estaria pretendendo terceirizar a etapa da alta complexidade, ouvidos por ele, têm algum fundamento. E em seguida, a respeito dos repasses da Prefeitura. O diretor clínico respondeu: _ “Não temos intenção de terceirizar nada, do hospital. É óbvio, que existem hoje dentro do HSJ, duas unidades terceirizadas. Uma de hemodinâmica e, outra, cardíaca. Então, não fizemos serviços para outros ‘tocar’. E não temos intenção, nenhuma, de terceirizar a alta complexidade. De jeito nenhum. ” Sobre os repasses para as cirurgias eletivas, Dr. Rodrigo afirmou que a Prefeitura está realizando, com alguma dificuldade, mas estão sendo feitos. E que o repasse é insuficiente. Existe uma proposta de que haveria R$ 70 mil, no Estado, para cirurgias eletivas. “Porém, querem que eu pratique as cirurgias, por uma tabela que ‘não dá’. Pela tabela proposta, uma cirurgia de hérnia sairia por R$ 426,00 (quatrocentos e vinte e seis reais); enquanto o custo desta cirurgia, na ponta do lápis, é de R$ 1226,00 (mil, duzentos e vinte e seis reais). Isso é questão, até, de responsabilidade. O repasse está sendo feito, mas é insuficiente. O prefeito Dr. Fued, que é uma pessoa absolutamente bem-intencionada, conversamos sobre uma proposta de que se fizesse um projeto para operar em torno de oitenta a cem cirurgias por mês. O procurador, Dr. Alessandro, iria fazer o projeto. E, se essa proposta funcionar, se fizermos oitenta cirurgias por mês, durante um ano, vamos zerar as cirurgias eletivas aqui. Tá gravado?! A gente faz uma fila única, justa, e vamos operar todo mundo. ” (Sic)
O vereador Vilsomar Paixão, parabenizou sem exceções, a todos do grupo de voluntários e a Família do Hospital São José. “Fico muito feliz, doutor Rodrigo, de saber que da parte do Hospital São José está ocorrendo uma proposta para o Executivo. O que não pode, mais, é os pacientes ficarem dependendo simplesmente do CIS-Pontal, ou seja, trinta cirurgias para dividir entre os municípios. E vai caber a esta Casa, aqui, aos meus pares, cobrar do Executivo, que mandem essa proposta mais rápido, para analisarmos e aprovarmos. Eu sou ‘cria’ do Hospital São José – trabalhei lá, e respeito o HSJ.”
Ao final, em nome de todos o presidente do Legislativo tijucano, Odeemes Braz, agradeceu a presença e os esclarecimentos feitos pelo médico e diretor clínico do HSJ, Dr. Rodrigo Braga, se colocando à disposição.
Fotos: Flávio Oliveira / RP HSJ
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