Hospital São José realiza procedimento de remoção de órgãos para Transplante em parceria com Equipe do MG Transplante

Sábado dia 29 de setembro, as equipes do Hospital e da Central Regional de Transplantes do Estado de Minas Gerais, realizou no Hospital São José a finalização de um processo de doação de órgãos.

Publicado em quarta-feira, 10 de outubro de 2012 às 15:46
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Sábado dia 29 de setembro, as equipes do Hospital e da Central Regional de Transplantes do Estado de Minas Gerais, realizou no Hospital São José a finalização de um processo de doação de órgãos. O presidente Vagno de Oliveira afirmou que o evento foi considerado um sucesso, “para orgulho da diretoria da instituição e dos vicentinos.”

O médico cirurgião Dr. Thomson Palma, que lidera a equipe do MG Transplante, explicou que o processo começa muito antes do ato cirúrgico em si, mas na suspeita de que o paciente tenha morte encefálica. A partir daí, existe uma notificação à Central de Transplantes, que dá apoio logístico e técnico para a conclusão do protocolo de morte encefálica. A partir daí, é que a família da vítima poderá ser abordada sobre eventual doação de órgãos.

Veja a íntegra da entrevista:

 Que tipo de logística e equipamentos são necessários para a realização de um transplante?

 Dr. Thomson Palma:

Primeiro, esse suporte para a conclusão do protocolo de morte encefálica, que por lei deve ter exames complementares. Deslocamos um técnico em eletro de Patos de Minas para Ituiutaba para isso. Superando esse momento de perda e achando a oportunidade de ser solidário com outras pessoas, a próxima questão logística é identificar no Brasil um receptor compatível com os órgãos doados.

É o SUS que organiza a prioridade dos atendimentos?

Dr. Thomson Palma:

Isso. Existe um software do Sistema Nacional de Transplantes que vai avaliando - com os dados que a gente lança no sistema - , qual é o receptor mais compatível.

No caso de Ituiutaba, no Hospital São José, que tipo de órgãos foram removidos? Houve sucesso?

Dr. Thomson Palma:

A cirurgia transcorreu sem nenhuma incorrência. A avaliação do sucesso a gente entende quando o órgão é efetivamente transplantado. Então, do ponto de vista logístico, o órgão que vai ser transplantado em período mais curto é o fígado, que foi para Belo Horizonte.

Quais informações básicas podem ser divulgadas, sobre o doador?

Dr. Thomson Palma:

Podem ser divulgadas, nunca identificadas. É um jovem de trinta e três anos, com morte encefálica constatada no município de Ituiutaba. Para quem recebe, a doação de órgãos é preciosíssima. Imagine um paciente sair de uma situação de diálise três vezes por semana, conseguir beber água livremente, sem restrições e ter uma vida normal. Isso já é muito importante. Agora, o mais importante é que outros órgãos como fígado, coração e pulmão, (saber que) não há suporte artificial e os pacientes podem morrer na fila. Então, quando (os pacientes na fila de espera) recebem a notícia que tem um õrgão disponível, isso é comemorado como um novo nascimento. Já do lado de quem doa, da família que doa, é muito importante porque, certamente o ato, mais cedo ou mais tarde vai trazer alento para a perda do familiar querido. Então, no final das contas a percepção é muito positiva para a sociedade. Hoje, o que mais limita a doação de órgãos não é a autorização da família. É o que é obrigatório por lei: a notificação dos serviços médicos e instituições.

Como ser um doador ainda em vida? Isso é possível?

Dr. Thomson Palma:

É possível. Se a gente for analisar tecnicamente, todos nós podemos ser doadores. Se você tiver por exemplo um irmão ou um pai, um filho, você pode doar um dos rins, parte do fígado, pulmão, em vida. Agora, se você quer expressar o desejo de, se por acaso, a pessoa falecer e ser um doador, basta a família ser comunicada. Não existe nenhum documento que anule a obrigatoriedade da família de autorizar, consentir a doação depois do óbito. Hoje em dia, no Brasil, no final das contas é a família que decide se vai doar ou não.

Quais são as principais preocupações, nessa corrida contra o tempo? 

Dr. Thomson Palma:

Pontualmente, é tornar o processo cada vez mais eficiente. É a gente ter condições de captar cada vez mais órgãos de um mesmo doador. Para isso, o MG Transplante estabelece uma série de políticas como abertura de centro de transplante de fígado na nossa região, de coração e medula óssea. Do ponto de vista mais geral, a gente tem que conscientizar mais instituições, profissionais de saúde, secretarias municipais, da importância de adotarmos em cada um desses âmbitos, políticas voltadas para sensibilização, orientação e capacitação dos nossos profissionais.

Qual foi sua avaliação sobre a estrutura do Hospital São José para a realização desse procedimento de remoção de órgãos?

Dr. Thomson Palma:

O hospital é absolutamecte capaz de absorver um procedimento como esse. Pretendemos continuar esse trabalho para que seja cada vez melhor, mais eficiente, para que a gente traga benefícios até para os pacientes da região de Ituiutaba. É importante lembrar que a mesma instituição comporta uma equipe e um centro de diálise, que é referência regional e também pode ser contemplado por essas doações.

 

Foto: Divulgação

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